terça-feira, 14 de julho de 2009

Quem quer ser um milionário


E ai pessoal como estamos?
Estou gripadaça, sem voz mas vai passar, tudo passa!

Este final de semana assisti ao filme Quem quer ser um milionário? tenho tanta coisa pra dizer que não sei por onde começar e prometo que não vou contar o final.

Logo no inicio deste filme , que ganhou o 8 Oscar ( Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Canção Original e Melhor Mixagem de Som), me veio a cabeça a seguinte teoria: Existem ingredientes de um filme, que se colocados na medida certa no lugar certo levam a estatueta dourada.
A base desta teoria está em ver os seguintes itens que já estiveram, em Central do Brasil, que concorreu mas não levou:

1- Criança pobre que vitimado pelas circuntâncias acaba por se tornar órfão

2- O cenário de pobreza e violência - ainda que neste filme a violência permeie toda a história, em nenhum momento ela é caustica como no filme Cidade de Deus que também é excelente, e também concorreu mas não levou o Oscar.

3- Uma história dramática e ao mesmo tempo divertida.

Mas isso é outra história para outro post...

A Índia que não vemos na novela das oito é revelada pela câmera cinética e crua de Danny Boyle – a marca registrada de Boyle: a câmera muito perto do movimento, resultando num efeito estonteante, mas paradoxalmente real demais (veja seus outros filmes, por exemplo, Trainspotting), que assume na primeira infância de Jamal o ponto de vista das crianças. A impressão de que as imagens são mostradas de baixo para cima, e/ou na altura dos olhos delas, ou seja, como elas vêem o mundo; também muito rápida, insinuando a velocidade que aqueles pequenos precisavam ter para se safar dos perigos. Também é costume de Boyle começar o filme com alguma cena do denouement (do meio para o final) do mesmo e depois vir recheando e costurando o enredo ao longo da narrativa. Estratégia perfeita diga-se de passagem.

O filme inteiro se desenrola com o personagem principal, Jamal Malik (Dev Patel), provando que as duras circunstâncias de sua vida construíram a sua sabedoria. Pra mim essa é a grande beleza do filme, embora chegue a tender até pra um tanto brega. Mas isso é universal, e é também muito bonito vermos como o ser humano é de fato igual em qualquer lugar. Somos muito bonitos e muito horrosos em qualquer lugar do planeta. Em alguns locais temos algumas complexidades sociais a mais, e a Índia é um campo fértil pra complexidades.

Como filme indiano me surpreendeu não ter cena de pessoas dançando pela rua nem a explosão de cores que esperava , quem assistiu a Noiva e o Preconceito ou Jodhaa Akbar (que são filmes grandiosíssimos, com uma beleza de fotografia, a riqueza de cores e cenas de dança que me encantam e hipnotizam) sabem do que estou falando. mas no final , quando sobem os créditos somos brindados com TODO o elenco dançando muito lindamente. PS "Jai Ho! (You Are My Destiny)" (versão de The Pussycat Dolls) é uma regravação (remix) da música indiana "Jai Ho" de A.R. Rahman.

É um filme que retrata o terceiro mundo e suas contradições. Tudo o que acontece com Jamal, Salim e Latika, acontece hoje no Brasil e nas favelas do terceiro mundo e com certeza de forma muito mais cruel do que no filme. fiquei com a impressão de terem seguido a receita do bolo pra se fazer notório, e com isso o filme perdeu ficou tão pobre quanto a pobreza que retrata.

Destaco uma cena em que Jamal diz ao policial que o interroga que tem raiva de Alá e de Shiva porque eles tomaram a sua mãe, uma passagem que para mim é a mais forte do filme, pois denúncia o conflito religioso em um país pluriteísta, o descaso do governo Indú com as crianças, o abandono a própria sorte de pequenos incapazes, enfim vejam, confiram e depois deixa aqui no comentário a sua impressão ok?

2 comentários:

  1. Eu ainda não vi o filme, mas tô doida pra ver. Tenho uma lista de filmes que preciso assistir.

    Sabe, eu conheço uma pessoa que morou na Índia e que me disse que realmente a realidade é muito, mas muito pior do que a gente possa imaginar, mas eu não julgo a novela não mostrar o que é real. A novela é uma obra de ficção e tem o intuito de entreter, de mexer com a fantasia das pessoas. Seria horrível ligar a tv só para ver desgraça, aliás, já basta os nossos telejornais que mostram a nossa triste realidade.

    Mas olha, eu adorei como você fala do filme e fiquei ainda com mais vontade de assistí-lo. Assim que o fizer te conto tá? E vou anotar esses outros que você falou aqui também. Valeu das dicas.

    Bjs
    Fla

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  2. Ainda não vi o filme, mas eu gostaria muito de ver.
    E você fez o arroz?
    Aqui em casa também ficamos com febre uns dois dias e meio, muita tosse enfim uma gripe das boas, ainda temos uns resíduos.
    Melhoras para você
    beijos

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