domingo, 28 de março de 2010

Como treinar seu Dragão.

Ontem me dei o prazer de ir ao cinema com filhote e maridex, Fomos ao Carioca Shopping em Vicente de Carvalho pra assistir ao longa Como treinar seu dragão, e este post será um comentário e análise da aventura. mas não se preocupe tentarei não contar o final do filme ok?  Mas, antes queria falar do preço ridículo do cinema R$ 15,00 a inteira, a sala estava lotada apenas  com 25% de sua capacidade, ok trata-se de um filme para crianças, mas se o ingresso não fosse caro, com certeza a sala estaria lotada , R$ 15,00 torna-se proibitivo para uma família de quatro filhos mais dois adultos, mesmo as crianças pagando meia entrada totalizam R$ 30,00 mais R$ 30,00 dos dois ingressos dos adultos são R$ 60,00 que fazem falta no final do mês. Como estamos no Brasil e o acesso a cultura não é para todos e lazer de pobre é ira praia, vamos mudar de assunto.

O Filme Como Treinar seu Dragão é uma  animação da Dreamworks PDI, roteirizada e comandada por Dean DeBlois e Chris Sanders (ambos diretores de “Lilo & Stitch”),  apesar de ser bastante despretensiosa, possui as já batidas mensagens sobre ecologia e “ser você mesmo”, mas elas são transmitidas dentro de uma história de aventura tão empolgante, que o público consegue ignorar esses clichês e embarcar na ação junto dos personagens.

O filme  traz a história do garoto Soluço. É por ele que somos apresentados ao seu vilarejo de vikings, um bando brucutus mal encarados que “adoram o cheiro de dragões mortos pela manhã”. Seu povo está em guerra há muito, muito tempo contra estas bestas voadoras, e nada para eles é mais importante do que exterminá-los de uma vez por todas. Comandando a todos com mão de ferro está Stoico, o Imenso. Ele é pai de Soluço, apesar da gritante desigualdade genética para com seu filho. Enquanto Stoico é realmente… Imenso, Soluço é um garoto vara-pau que nem ganhando 20 quilos teria o porte físico de um verdadeiro viking.

Mas isso não desanima o garoto, que sonha em se tornar um grande caçador de dragões. Como ele não tem a força necessária para isso, constrói armas mirabolantes para alcançar seu objetivo. O jovem caçador percebe que aquilo não é para ele no momento em que conhece Banguela, (eu e meu filhote o achamos  muitíssimo parecido com o Stitch), um simpático dragão que se afeiçoa a ele, mostrando que tudo que sabem sobre estes seres até então estava errado. É ai que começa sua luta para mostrar a todos que uma convivência pacifica é possível, fazendo uma analogia clara aos estereótipos, preconceito e quebra de paradigmas.

A trama pode parecer básica, e realmente é, apesar de muito bem trabalhada em suas camadas. Mas o grande trunfo desta obra é  seu carisma com o público, além de, é claro, suas sequências estonteantes. Sendo praticamente um filme de ação com comédia (algo ligeiramente novo no gênero), o filme conquista seus espectadores pela riqueza de detalhes e por suas cenas incríveis, que não perdem quase nunca o ritmo.

Além disso, personagens palpáveis fazem a diferença. Temos o Viking perneta e maneta que é puro coração, temos os amigos (ou seriam inimigos?) de Soluço, cada um representando um tipo diferente de jovem – o mais engraçado é o gordinho que trata tudo como se fosse um AD&D, “Este dragão tem força 8, + 4 com as garras”, diz ele. Para quem conhece o universo, um toque de classe.

Soluço passa pela clássica “jornada do herói”, começando como o pária da aldeia até alcançar seu destino. Até aí, tudo bem. O diferencial em “Como Treinar Seu Dragão” é que o filme realmente oferece riscos sérios à vida de seu protagonista, com  cenas de ação não só empolgantes, como desenvolvidas de maneira orgânica dentro da narrativa. Os desafios que surgem para Soluço e seus companheiros não são meras desculpas para que apareçam cenas deslumbrantes, com a segurança do herói estando constantemente em risco, algo que o filme faz questão de destacar, aumentando a força dessas sequências consideravelmente.

Ao tratar a história (e o espectador) com respeito e inteligência, os cineastas alcançam um público bem mais amplo do que o infanto-juvenil, fazendo desta experiência uma película realmente envolvente. Muito disso vem do carisma do protagonista Soluço e da naturalidade de como sua relação de amizade com Banguela floresce.

O rapaz nos representa no filme, já que aprendemos sobre os dragões junto dele. Note que, a princípio, a câmera nos mostra os animais como seres ameaçadores, nos permitindo apenas relances destes, sempre de ângulos que realçam a natureza bestial desses répteis gigantescos. À medida que o jovem herói se aproxima de Banguela e aprende mais sobre os bichos, começamos a vê-los de uma maneira mais idílica. Apresentar seu protagonista como um estranho no ninho também é um modo do longa nos colocar dentro da história já que isso ajuda muito na relação entre o público e aquele mundo, pois passamos a conhecer aos poucos cada personagem. Tal identificação é primordial para que o relacionamento afastado entre Soluço e Estóico funcione da maneira correta na produção.

É interessante notar que o filme traça um paralelo entre seus personagens humanos (incluindo Soluço) e as principais espécies de dragões mostradas, algo que repercute de maneira positiva na mensagem de equilíbrio natural proposta pela produção. É bom ressaltar que, como o filme é focado em seu protagonista, acaba sendo natural que poucos dos demais personagens ganhem destaque. Dos colegas de Soluço, apenas a valente Astrid acaba ganhando um cuidado um pouco maior, tendo em vista que ela é o interesse amoroso do rapaz. Mas isso se trata de uma escolha do filme, não de um defeito da narrativa.

O design dos animais e dos humanos merece elogios. O visual mais cartunesco, assim como fizeram em “Lilo & Stitch”, é mais uma maneira dos cineastas mostrarem que estão apostando na história para capturar a atenção do público, sem grandes ruídos visuais para distrair o público, além de já darem dicas sobre a personalidade de cada figura vista em cena.

Os efeitos computadorizados e as texturas de cada material visto na tela são maravilhosos, com destaque ainda para a “luz” (note como ela influencia até mesmo na coloração das orelhas de cada personagem), em um belo trabalho de cinematografia. A própria aldeia onde o filme se passa sofre as conseqüências da trama, algo que dá bons créditos à direção de arte da fita.

Outro fator positivo é a trilha sonora de John Powell (“O Ultimato Bourne”), que aposta em uma trilha baseada em músicas tradicionais escocesas, resultando em temas bastante marcantes para a película.

Vale a pena parar para assistir.

Ainda tenho mais a dizer, mas vai ficar para amanhã, tá um dia lindo lá fora e eu preciso aproveitar pelo menos um pouquinho.

Um Abraço.

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